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Pix por biometria: o que podemos esperar do novo serviço do sistema de pagamento instantâneo?

O próximo passo do Brasil rumo à evolução dos meios de pagamento já tem data marcada. No dia 28 de fevereiro, será lançado o Pix por biometria, ou, como está sendo chamado, Jornada Sem Redirecionamento (JSR). Trata-se de uma nova modalidade de pagamento digital via Pix, que elimina a necessidade de senhas, QR Codes ou até mesmo do aplicativo bancário no smartphone.

Como funciona?

Por meio do cadastro biométrico no sistema do iniciador de pagamentos (ITP – Iniciador de Transações de Pagamento), ou seja, a empresa responsável por serviços de compra, venda e movimentação de recursos financeiros, o titular da conta bancária poderá efetuar pagamentos em lojas, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais apenas confirmando a transação no celular por biometria. O mesmo processo se aplica a e-commerces, marketplaces e plataformas similares.

Evento de lançamento

No evento realizado nesta quinta (20), pela Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamentos (INIT) e pela Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), o Pix por biometria, seus impactos e oportunidades foram debatidos por empresas que participaram do projeto-piloto da nova versão do pagamento instantâneo, conduzido desde o ano passado.

Antes da abertura do evento, o presidente do conselho consultivo e deliberativo da ABFintechs, José Luiz Rodrigues, e o diretor executivo da INIT, Gustavo Lino, destacaram que o Brasil está vivenciando a terceira grande onda regulatória no mundo digital, especialmente no que diz respeito ao Open Finance e ao Pix. Eles reforçaram que esse é apenas o primeiro lançamento relacionado ao Pix em 2025, com a funcionalidade de automatização do Pix prevista para junho.

Carteirização do Pix

Durante a abertura, o chefe adjunto do Banco Central (BC), Mardilson Fernandes Queiroz, afirmou que o setor de Open Finance no Brasil é vasto e tem grande potencial de crescimento. “O Pix por biometria representa um passo importante para ampliar o escopo dos serviços bancários compartilhados. É a carteirização do Pix. Porém, ainda é um elemento pequeno quando comparado ao mundo de oportunidades que temos pela frente”, declarou.

Ele também ressaltou que o país se encontra em um ponto de virada nos meios de pagamento digitais, impulsionado pela profissionalização do Open Finance. Segundo Queiroz, o Brasil tem se destacado internacionalmente com o lançamento do Pix e o amadurecimento do compartilhamento de dados bancários pessoais.

“Estamos vendo uma corrida liderada pelas empresas privadas (iniciadoras de pagamento e prestadoras de serviços bancários), mas com suporte e regulação do Banco Central. Quem se adaptar às inovações que estão chegando praticamente trocará o motor do carro por uma turbina de avião, enquanto quem não se adaptar ficará para trás”, afirmou.

Mardilson Fernandes Queiroz – Banco Central

Pix em números

Durante o evento, foram apresentados os números mais recentes do Pix. Atualmente, são realizadas mais de 5,8 bilhões de transações por mês, das quais 34% correspondem a transações P2M (peer to merchant). Do total, 30% dos pagamentos online e 18% dos pagamentos offline já são feitos via Pix. A expectativa é que, até 2027, o número de transações mensais atinja 16 bilhões, totalizando 192 bilhões ao ano. Para as ITPs, esse será um mercado avaliado em USD 1 bilhão.

Segurança

O evento contou com dois painéis compostos por especialistas em meios de pagamento e Open Finance, que participaram do projeto-piloto. Representantes de empresas como Finnet, Google, PicPay, Belvo, Iniciador e Chicago Advisory Partners discutiram a segurança dos dados bancários nas transações do Pix por biometria. Todos foram unânimes em afirmar que o JSR é, sem dúvida, mais seguro do que os meios de pagamento tradicionais.

Entre os principais diferenciais destacados estão:

  • Confirmação do valor da transação na tela do smartphone, em vez de apenas na máquina do estabelecimento ou do cobrador.
  • Eliminação da necessidade de acessar o aplicativo bancário no celular, reduzindo o risco de roubo de informações em caso de furto do aparelho.
  • Ausência de uso de dados de cartão de crédito ou débito, eliminando o risco de clonagem por aproximação.

Além disso, o Pix por biometria conta com dois fatores de autenticação contra fraudes: as iniciadoras de pagamento e as plataformas de carteiras digitais. Assim, em qualquer sinal de risco, as empresas envolvidas poderão emitir alertas aos titulares das contas bancárias e impedir pagamentos suspeitos.

Projeto-piloto

Outro ponto de consenso entre os especialistas foi o processo de desenvolvimento do Pix por biometria, que incluiu um projeto-piloto. Nele, empresas de pagamento e serviços bancários puderam interagir com as iniciadoras de pagamento para realizar testes, receber feedbacks e corrigir problemas nos sistemas antes do lançamento ao público.

Segundo os especialistas, esse modelo promoveu uma cooperação mútua entre os participantes, permitindo que as empresas colaborassem para esclarecer dúvidas e aprimorar o funcionamento da nova tecnologia.

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