Inovação Digital e Tecnologia na Centralidade do Cliente

Negócios à prova de hackers: a cibersegurança como pilar estratégico da empresa

Nos últimos anos, a cibersegurança deixou de ser apenas uma vertical dentro do universo de TI para se tornar protagonista nas empresas. Um dos motivos não poderia ser outro: melhorar a experiência (e a confiança) do cliente.

À medida que as ameaças digitais ficam cada vez mais sofisticadas, as empresas enfrentam um desafio cada vez maior para garantir a segurança cibernética e, ao mesmo tempo, manter a confiança e a melhor experiência do consumidor. Esse foi o ponto de partida do painel “Cibersegurança como estratégia de negócios: integrando governança e inovação”, durante o quinto encontro do Clube Inovativos que aconteceu na sede do C6 Bank.



Um recente levantamento aponta que cerca de 70% dos consumidores deixariam de negociar com uma empresa caso sentissem que seus dados estão em risco. Além disso, o custo global estimado dos cibercrimes deve alcançar US$ 10,5 trilhões até 2025, valor que tornaria essa “indústria” o terceiro maior PIB mundial, caso fosse um país. Investimentos em segurança cibernética podem ser dispendiosos. Por outro lado, segundo Marcos Carvalho, diretor-geral da Inovativos, atuar preventivamente ainda é mais vantajoso.

“Quem investe preventivamente em cibercrimes tem uma redução de 30% no custo da segurança cibernética na comparação com quem atua reativamente. Conseguem entender o impacto do tema nas empresas?”, afirma.




Para Tatiane Romano, gerente de cybersecurity da Suzano, a transformação digital das relações B2C exige plataformas cada vez mais seguras e simplificadas. “Hoje, existem soluções prontas que podem simplificar o acesso, mas o ponto é: as plataformas estão preparadas para utilizar essas soluções? Na Suzano, reuniões regulares com o conselho e comitês administrativos debatem sempre o mesmo questionamento: quanto de receita pode ser perdido e quais operações podem ser paralisadas em caso de um ataque cibernético?”, afirma.




No setor de saúde, Alexandre Domingos, CISO da Dasa, destaca a importância de equilibrar segurança e conveniência. Ele observa que, no contexto hospitalar, restringir o uso do WhatsApp, por exemplo, pode ser contraproducente, pois o aplicativo é o meio pelo qual muitos pacientes, especialmente os mais idosos, se comunicam. “O papel da segurança é como ajustar o freio em um carro que dirige em alta velocidade. Colocamos ABS e até um paraquedas se for necessário, mas não queremos frear o negócio”, exemplifica.




A complexidade de gestão de senhas é outra preocupação destacada por Cleverson Arashiro, diretor de segurança e operações de TI da Arco. Ele aposta em um futuro onde senhas se tornarão obsoletas: “Ter muitas senhas não é um futuro sustentável. Precisamos de soluções mais fáceis, rápidas e que estejam disponíveis mesmo quando o usuário não está perto do celular, por exemplo”.




Cleber Brandão, head de cybersecurity do C6 Bank, enfatiza a importância da cibersegurança na concepção de novos produtos. “Hoje, quando nos chamam para falar de inovação, eu costumo dizer: ‘não quero que me chamem quando o produto estiver pronto, mas sim quando tiverem a ideia’. Dessa forma, a ideia já nasce com um design seguro, o que transforma a segurança em um diferencial de mercado”, explica.



Ao final do encontro, o mediador abriu para participação de convidada membro do Clube Inovativos, Ana Paula Kagueyama, head global de customer services da PayPal, para que comentasse sobre a importância do equilíbrio entre segurança cibernética e experiência do cliente. Ela destacou a necessidade de um olhar apurado para o CX, porém sem deixar de lado a segurança cibernética – algo que também interessa ao cliente. “A nossa região, sem sombra de dúvida, é uma das mais fortes do ponto de vista de ataque cibernético. Por isso, acredito muito em parcerias, e uma das nossas mais legais é com a HackerOne, uma plataforma de ‘hackers do bem’. Pagamos uma remuneração altíssima para que eles reportem vulnerabilidades”, conclui.

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