Inovação Digital e Tecnologia na Centralidade do Cliente

O desafio da disrupção para a cadeia de consumo

“Como inovar pensando não apenas na sua empresa, mas em todo o setor em que você está?”. Com essa pergunta, Carlos Piazza, futurista e darwinista digital, iniciou como mediador o painel “Disrupção end-to-end: inovações desconhecidas na cadeia de consumo”, durante o Innovation Xperience Conference – uma iniciativa do Grupo Innovation Xperience (Grupo iX).

O painel contou com a participação de empresas de peso do mercado brasileiro e debateu, entre outros pontos, como inovar para além da própria empresa. Segundo Marcos Gurgel, director of Corporate Ventures, Open Innovation & Jet Skis do iFood, 90% dos processos de inovação são pensados para o próprio negócio, e o prazo estimado pelo iFood é de que essa mudança leve entre 24 e 36 meses para impactar toda a cadeia. “Isso precisa avançar para que o ciclo seja mais rápido e as transformações se expandam de forma acelerada”, afirmou.

Cleverson Arashiro, director of cybersecurity & It da ISAAC, destacou que um dos problemas para esse compartilhamento é a falta de uma padronização entre todos os elos da mesma cadeia. “Não temos uma linguagem comum para permitir que a colaboração aconteça de forma horizontal no setor, as empresas têm receio de compartilhar entre si e serem prejudicadas pela concorrência”, pontuou. “Muitas vezes, quando a empresa pensa na inovação aberta, ela foca, e resolve, problemas comuns de toda a cadeia, não apenas os dela. Por isso é tão importante falar e incentivar a inovação aberta”, completou Marcos Gurgel.

leo freitas 992

Atuando em um mercado que não existia há 10 anos, Cynthia Pereira, diretora de R&D da NotCo Brasil, também comentou sobre o desafio de mentalidade. “A tecnologia precisa avançar, claro, mas nós também precisamos derrubar barreiras culturais para permitir o consumo de um hambúrguer com gosto e cheiro de carne, mas que é feito de plantas, por exemplo. E que são plantas diferentes das que o consumidor encontra nas prateleiras da sua realidade, porque precisamos investir em tecnologia para que o produto final tenha mais proteína, mais nutrientes”.

Sendo o Brasil um país continental, os desafios estão, muitas vezes, na desigualdade. “Nós temos, hoje, 14 milhões de brasileiros que não têm CEP por viverem em comunidades. Isso cria um descompasso na logística, não apenas nós do Carrefour, mas o iFood também tem esse problema de saber o destino exato do pedido dentro de uma favela. Por isso, nos aliamos a startups que resolvem a questão e entregam da porta para dentro da comunidade, nossa logística termina na entrada da favela e eles continuam para o que chamamos de ‘last mile’, ou a última milha”, explicou Charles Schweitzer, diretor de Inovação do Grupo Carrefour Brasil.

Colaboração

Piazza provocou os painelistas e a plateia dizendo que a hipercolaboração é um projeto global, ao que todos concordaram. “Precisamos entender e assumir que muitas das soluções para os nossos problemas, que também são vividos pelas demais empresas do setor, não serão resolvidos sozinhos. Por isso a colaboração é fundamental, estamos combinando esforços para encontrar a solução”, explicou Cynthia. 

Em complemento, Charles Schweitzer ainda exemplificou: “muitas vezes o problema da sua empresa é vivenciado de outra forma, sob outra perspectiva, por outros agentes do seu mercado. Por isso estamos incentivando a ‘coopetição’, combinação entre colaboração e cooperação, entre concorrentes. O foco é sempre atender melhor os clientes, e a inovação aberta tem exatamente esse propósito”. 

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