Inovação Digital e Tecnologia na Centralidade do Cliente

Revolução financeira: evolução, inovação e tendências em meios de pagamento

Revolução financeira. Assim pode ser considerada as inúmeras transformações que ocorreram no Brasil nos últimos anos, desde que o Banco Central (BC) pôs em prática uma agenda de inovações, permitindo às organizações se reinventarem e lançarem novos serviços e produtos aos seus clientes.

 

“Vemos, no Brasil, uma grande quantidade de novidades que o BC veio regulando, mesmo porque precisamos de um ambiente seguro nas transações já que as fraudes cresceram muito. Além disso, vê-se novas figuras que entraram no mercado e estão conseguindo concorrer com players muito grandes”, disse Vitor Magnani, presidente do Movimento Inovação Digital (MID).

Até então, tínhamos cinco grandes bancos e duas credenciadoras dominando 90% do mercado. Aí vieram as subcredenciadoras – ou, basicamente, os meios de pagamentos digitais – que, conforme o comércio eletrônico foi evoluindo, mais essa integração dos pagamentos digitais se tornou essencial”, afirma Vítor.

Atenta às movimentações do mercado e à evolução dos meios de pagamentos, a CSU lançou a Blue C Technology, uma unidade de negócio focada em Banking as a Service (BaaS). Por meio dela, as empresas conseguem criar o próprio banco em cerca de 60 dias.

 

 

“Antigamente, ter um banco era uma questão muito complexa, mas nos dias de hoje é possível criar um banco digital em até 60 dias, com conta corrente, transferência com PIX, com a sua marca, o seu cartão e com toda essa parte de conexão com bandeira, licenças e processos que, se você fosse fazer sozinho, levaria cerca dois anos”, explicou Daniel Moretto, diretor executivo comercial da CSU.

O potencial para esse mercado é enorme. Como bem lembrou Vitor, até o 1º trimestre deste ano, apenas 11% de todo o varejo vende no ambiente digital. “Ou seja, existe uma maioria que não transaciona nesses meios de pagamentos, o que demonstra um potencial enorme nesse segmento”, disse. No entanto, ele destaca que a segurança é uma preocupação constante, já que o número de fraudes em pagamentos está crescendo muito.

“A gente vive esse tema com intensidade”, garantiu Daniel. Com produtos específicos para essa finalidade, o executivo sabe que a segurança é um tema delicado, já que “ser atacado ou não sempre vai ser uma questão de tempo”, mas a precaução e a preparação devem fazer parte da estratégia de qualquer empresa. “A primeira coisa é como você inibe isso e a segunda é como se recuperar para que as coisas voltem a operar rapidamente”.

Open Finance

Não é novidade que o Banco Central está avançando com uma agenda de competitividade, desde 2017, quando esses meios de pagamento digitais – agora em um ambiente seguro de transação – passam a ser conectados a uma câmara interbancária de pagamentos. “Aí a gente tem a possibilidade de, se bem estruturado, utilizar o Open Finance, onde teremos um consumidor autorizando a destinação dos seus dados para um grande repositório, permitindo às empresas utilizar essas informações para a construção de novos produtos e serviços”, explica Vitor.

“Vejo uma grande oportunidade para o consumidor final, porque isso vai gerar um ambiente de concorrência muito grande de produtos e de novos players”, acredita Daniel. Segundo ele, vão existir players de ecossistemas completos que agora poderão acoplar isso aos seus serviços. “Já tem muitas empresas que você não sabe mais exatamente em que segmento ela atua devido à complexidade do seu ecossistema. Ela faz entrega, faz meio de pagamento, tem e-commerce, tem marketplace de criptomoeda, tudo no mesmo lugar”. Daniel acredita que esse modelo ainda deve evoluir e as empresas avançaram para um ecossistema cada vez mais completo.

Mesmo com tantos avanços, é preciso lembrar que o Brasil tem uma dimensão continental e as regiões apresentam níveis distintos de maturidade tecnológica.

 

“A gente tem um país muito desigual em termos de infraestrutura, com etapas completamente diferentes de tecnologia, e isso reflete no setor financeiro. A gente ainda possui uma população muito desbancarizada”, acrescentou Alexandre Bentivoglio, jornalista e apresentador do programa INOVATIVOS na rádio BandNews.

Segundo Daniel, é normal que alguns estados sejam mais desenvolvidos que outros, mas é uma evolução natural que deve acontecer com todos mais cedo ou mais tarde. “Tem cidades em que o cheque ainda é muito utilizado e empresas que trabalham na antecipação do cheque. Há quem pergunte se ele vai desaparecer, mas nem o vinil deixou de existir. Importante mesmo é como a organização escolhe a sua estratégia para determinada região”.

Mas, afinal, o que as empresas precisam saber para ter o próprio banco? Na opinião de Daniel, todo mundo pode ter um, mas a primeira pergunta a fazer é se ele é sustentável ou não. “Tudo tem que ser sustentável do ponto de vista de receita e custo. É preciso entender se a conta fecha”. Algumas perguntas ajudam nesse processo: Qual é o seu público? Você tem um ecossistema? Qual é o tráfego desse dinheiro? Por onde ele passa? Quantos usuários? Que produtos vai oferecer?


O bate-papo completo sobre esse tema você no vídeo abaixo ou através do podcast na íntegra
aqui.

 

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