Inovação Digital e Tecnologia na Centralidade do Cliente

Mobilidade, delivery e logística: Uma cadeia de valor e várias pernas com passos e desafios gigantes

Se tem um modelo de negócio que já nasce sustentado por tecnologia é o batizado de plataforma digital. É um ambiente online, esperto e ágil desde os primeiros dias de vida, que já vem com DNA de troca implementado. Enquanto aprendem a solucionar problemas e dores da sociedade, as plataformas apoiam transformações. Desde pequenas já mostram talento inato para escalar. São, naturalmente, hábeis com Inteligência Artificial e, assim, crescem inovando experiências de compra e venda. Chegam ao mundo íntimas de robôs, mas vivem cercadas e precisam de muita gente. Logo que chegam, passam a fazer parte do cotidiano das pessoas, assim como a família humana e são uma força de trabalho. Conectam quem produz e quem consome, servem ao lazer e relações virtuais, mas colocam o humano no centro de tudo.

 

O dom da conexão

 

Para debater três pilares importantes da Nova Economia, o painel Mobilidade, Delivery e Logística – Como integrar cadeia de valor em prol das cidades mais inteligentes, seguras e inclusivas, contou com a mediação de Felipe Chibás, Latin American and Caribbean Representative Unesco, e a participação de Ariel Herszenhorn, vice-presidente de Vendas da Loggi; Iltenir Junior, fundador e CEO da Qargo; Osmar Queiroz, diretor de operações Rappi e Rodrigo Del Claro, CEO Santuu, que falaram do cenário atual de avanços a passos largos por meio da tríade de verticais da economia digital que acelerou mudanças no País. Tratados pelo mediador por “gigantes da Nova Era“, compartilharam as contribuições já feitas pelas respectivas empresas que representam, além de perspectivas e desafios para atender demandas de proporção Continental.

 

Innovation Xperience 3
Ariel Herszenhorn

“Somos uma empresa de tecnologia que vem conectando o Brasil através da logística. É verdade que vivemos uma nova Era no País e desafios se sobrepõem de maneira interessante e propícia para o uso de tecnologia com altas doses de conhecimento, mas vale lembrar que muito se fala dos grandes centros urbanos, mas percorremos um País complexo, extremamente desigual, onde estima-se que mais de 50 milhões de pessoas moram em regiões remotas isoladas, com características, inclusive climáticas, específicas”.

 

“É como se fossem 27 Brasis, que dimensionam o tamanho do desafio para que um time de gente inteligente, com background de tecnologia, encontre diferentes caminhos; soluções acessíveis para quase 210 milhões receberem pacotes de forma rápida, segura e eficiente, com benefícios equiparáveis às suas capacidades de pagamento”, disse Ariel Herszenhorn, vice-presidente de Vendas Loggi

 

Osmar Queiroz, diretor de operações da Rappi no no Brasil, destacou que a empresa colombiana, “busca conectar os três elos do marketplace; usuários, entregadores (que são os heróis destes tempos de profundas transformações que vivemos pós-pandemia) e os nossos parceiros como restaurantes, supermercados e farmácias, dentre outros aliados. Tudo isso e a minha história com a Rappi têm a ver com o popular botão qualquer coisa (que originou o app) e eu apertei logo que eu me mudei de Minas Gerais para São Paulo, quando fui pego desprevenido por uma súbita esfriada no clima. Eu estava de bermuda em um churrasco de amigos. Fui atendido com a chegada de uma calça de moletom em cerca de 30 minutos. Este é um simples exemplo, real, de como levamos a comodidade e também entregamos o tempo de volta para o cliente de maneira que impacta positivamente todos os elos da cadeia”.

 

“Venho de uma experiência de transporte de cargas offline operando com abrangência nacional, utilizando parceiros aéreos e subcontratados regionais para atendimento de distribuição. Digitalizamos esse processo para escalar e atender o crescimento do consumo da indústria e do consumidor final, que não quer esperar dias. Quer em horas. Mesmo com grande número de transportadoras fazendo operação, o setor ainda é muito arcaico. Nos espelhamos em plataformas como Uber e Loggi, mantendo a regra de atendimento do transporte, tanto para cumprir a regularidade quanto para indústria e varejo, sem perder a essência da abrangência da operação, com veículos dedicados e cobertura securitária. Com base em todas estas tecnologias otimizamos a estrutura (menor número de veículos circulando)”, explicou Iltenir Júnior, fundador e CEO da Qargo, transportadora digital de cargas e encomendas que ficou conhecida como “o Uber dos Caminhões”.

 

“A pandemia protagonizou mudanças na mobilidade urbana, especialmente nas grandes cidades, que deixavam um pouco de lado essa mobilidade sem carro. Podemos dizer que o Brasil descobriu a mobilidade agora. E a Santuu nasceu para isso, a gente faz serviços financeiros para o mercado de mobilidade (financiamento, consórcio e seguros para bicicletas), eventos, temos SOS com mecânicos na rua, oferecemos pontos de apoio gratuitos; uma plataforma com serviços para bicicletas. Tudo para ajudar as pessoas a terem uma mobilidade melhor, em especial, de bicicleta”, comentou Rodrigo Del Claro, CEO da Santuu.

 

Novo mundo: agilidade e comodidade

 

O expert da UNESCO, representante América Latina e Caribe do grupo designado para implementar um novo conceito de Cidades Inteligentes (que engloba parâmetros como felicidade, saúde e segurança), questionou os participantes sobre como enxergam as novas tecnologias associadas aos aspectos de desenvolvimento humano, sustentabilidade e responsabilidade social.

 

“Percebemos uma grande mudança: paramos de ir para a loja e os produtos começaram a vir até a gente. Este ambiente centrado no consumidor aumenta a complexidade exponencialmente. São 2 milhões de empresas e 50 milhões de domicílios no Brasil. A mudança conceitual entre o ambiente, que era B2B e passou a ser B2C, traz grandes impactos para a logística urbana. Antes tínhamos grandes centros de expedições afastados. Hoje, a logística está dentro das cidades para facilitar, dar agilidade, diminuir custos e trazer eficiência. A grande questão é como reformular todo o nexo logístico das cidades para o novo mundo focado no consumidor coexistir com as demandas para locomoção, já que as pessoas querem mais tempo para fazer as coisas que gostam; o humano em primeiro lugar tanto na hora de comprar quanto na hora de se locomover”, opina Herszenhorn.

 

Innovation Xperience 3
Osmar Queiroz

“Um ponto que eu trago à tona e que vejo como parte do futuro é a atratividade comercial gerada para o terceiro elo da cadeia; o empresariado. Pessoas e empresários que antes não se sentiam dispostos ou atraídos por ter um e-commerce no negócio e que viram na possibilidade, oportunidade de lucratividade e sustentabilidade”.

 

“Acredito que o futuro é promissor do ponto de vista de atrair players e produtos que estavam fora do mercado. A consequência de um marketplace cada vez mais completo é beneficiar, além do consumidor, também o entregador, que não bate lata (não anda sem ter uma contrapartida da receita, pois à medida que ele entrega um produto numa casa, já tem outro para buscar no supermercado”.

 

Innovation Xperience 3
Iltenir Junior

“Nós não estávamos esperando uma pandemia, mas estávamos preparados para um aumento de escala. Vemos que existe um cenário muito grande para se explorar dentro do nosso negócio. Acredito que a chegada do 5G ainda levará um prazo muito longo para acontecer efetivamente, mas trará ao consumidor maior qualidade e agilidade para todo o fluxo produtivo”, conclui Júnior.

 

 

Innovation Xperience 3
Rodrigo Del Claro

 

 

“O conceito de mobilidade é bem simples; deslocamento de uma pessoa dentro da cidade.  Sim, o humano está no centro da experiência de consumo. Avançamos, da possibilidade de escolher o como eu quero ir (que tinha opções limitadas, como carro, ônibus, talvez moto, por exemplo) até o momento de discutir o porquê”.

 

“Hoje, podemos nos locomover sem carro, de bike, patinete, ônibus, metrô; isso nos permite perguntar por que eu quero me locomover de carro em determinado trecho? Por que a última perna prefiro fazer de bicicleta? Eu faço tudo de bicicleta; meu porquê é o prazer no deslocamento. Para outra pessoa, este porquê pode ser a economia (de dinheiro ou tempo)”, defendeu Del Claro, com paixão e a expertise de um estilo de vida dedicado ao modal bicicleta.

 

 

 

Conectadas pela missão de ajudar as cidades a se tornarem mais inclusivas e seguras, acompanhando e provocando rápidas transformações na sociedade, enquanto máquinas e humanos aprendem juntos sobre as melhores soluções, os participantes concordam que os desafios são tão grandes quanto as oportunidades. Há um longo caminho, sem volta, a ser percorrido, mas a jornada já começou.

 

Assista ao painel na íntegra abaixo ou escute o podcast completo aqui.

 

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